[Resenha] O FANTASMA DE CANTERVILLE

Sinopse: QUEM TEM PENA DE UM POBRE FANTASMA? Um fantasma de 300 anos assombra o castelo de Canterville, na Inglaterra, de onde nenhum ser vivo ousa se aproximar, exceto os Otis, uma recém-chegada família americana que, mesmo sabendo dos rumores locais, compra a propriedade – para desespero da pobre alma penada, que agora parece mais assustada do que assustadora. A coleção ETERNAMENTE CLÁSSICOS traz ao público uma seleção de obras que ficaram para sempre em nossa memória – e em nossos corações. Obras que foram transformadas em filmes, músicas, peças de teatro, que influenciaram gerações e foram inspirações para centenas de outros autores e livros contemporâneos.

Além de ser obra de um dos maiores escritores da sociedade vitoriana, Oscar Wilde, o que me chamou a atenção para essa leitura foi justamente por representar essa sociedade da qual tenho muita curiosidade.

É uma história fora dos padrões, sobre um fantasma que ao invés de assustar é assustado! Esse digníssimo personagem é Sir Simon de Canterville, um dos mais antigos donos da reserva de caça de Canterville que em 1565 matou sua mulher, morreu, virou um fantasma e passou a assombrar quem em sua casa vivesse.

Teve uma carreira prodigiosa assustando as pessoas, até que Lorde Canterville vende a propriedade para o diplomata americano Sr. Otis, que apesar dos avisos não reluta em efetuar a negociação,  e não consegue realizar seu intuito de assustar sua família, todas suas tentativas são em vão. “Nunca, em uma brilhante e ininterrupta carreira de trezentos anos, ele havia sido insultado com tal grosseria”. Essa família representa a crítica do autor ao materialismo e consumismo, ao espírito de modernidade e progresso dos  que acreditam em resolver todos os problemas novas invensões e tecnologias. E é assim também com Sir Simon, com quem acham que podem conviver naturalmente apesar de algumas restrições, como a de ele polir suas correntes.

Todos são impossíveis de lidar, para o nosso fantasma, mas é na gentil filha do Sr. Otis que ele encontra um pouco de consolo e até a liberdade dos grilhões da morte e do pecado.

É da conduta da família Otis e do fantasma que ficamos surpresos; curiosos por saber como uma estória tão diferente pode se desenvolver e torcendo para um final que apresente um lugar em que o fantasma possa se adequar.